Quarta-feira, 16/02, 06:00am. Da rodoviária de Porto Alegre saem ônibus de hora em hora para Bento Gonçalves, à R$ 25,00. Deixo minha mala em um locker por R$ 5,00 a diária e embarco rumo às estradinhas sinuosas da serra gaúcha sob clima ameno e sem sol, perfeito para degustar os vinhos do Vale dos Vinhedos, meu próximo destino. Diferente do que imaginava, Bento Gonçalves carece de estrutura turística, as únicas informações que consegui foram no ponto de taxi da Rodoviária de lá. R$ 25,00 e um agradável percurso de taxi por um intenso sobe e desce sobre paralelepípedos e um visual fantástico dos vales cobertos de parreiras viníferas, chego à Casa Valduga, uma das primeiras vinícolas da trilha do Vale dos Vinhedos. Quase todas as vinicolas oferecem passeios pelas instalações e degustação de vinhos de 30 em 30 minutos, portanto não é necessário marcar hora, apenas chegar lá. Fiz meu primeiro passeio pelas caves subterrâneas, onde pude conhecer o processo de envelhecimento de tintos em barricas de carvalho francês e experiementar uvas Cabernet Sauvignon direto das parreiras. A degustação foi completa, e como sempre, o meu preferido foi o suave Malbec argentino, da linha MUNDVS. O passeio custou R$ 20,00 com direito à uma taça de cristal. Ótimo.
Continuo minha caminhada pelo Vale dos Vinhedos. Próxima parada, Vinícola Bascarola, onde o César, enólogo responsável, me recebe com toda atenção, e me serve uma degustação completa, com direito a água com gás e salgadinhos de queijo. Espumantes Brutt e Moscatel refrescantes, Cabernet Sauvigon e Merlots envelhicidos na garrafa, e um especial que me chamou a atenção, um Tannat 2007, cuja uva é rica em taninos que amarram a boca. Segundo a explicação do enólogo, esse vinho deve ser acompanhado por um prato rico em proteínas, como carne vermelha ou um queijo forte, pois a proteína quebra o efeito do tanino, proporcionando uma experiência única de percepção de sabores.
Logo a frente passo pela churrascaria Zanadai, que segundo funcionários da Casa Valduga é o melhor lugar com melhor custo da região para se apreciar uma ótima refeição, porém, não tinha tempo disponível, pois meu último destino ainda estava a 1km à frente. Após 30 minutos de caminhada em meio à um vale com mata exuberante, perfumada por vinho, chego à opulenta Vinícola Miolo.
A visitação inclui passagem por um círculo de parreiras com mais de 40 variedades de uvas de todo o mundo onde experiementei as brancas Chardonnay, Riesling e Sauvignon Blanc, e uma Merlot combinada com uma Cabernet Sauvigon, para identificar a suavidade da primeira em relação à intensidade da segunda. A quantidade de vinhos e o tamanho dos tonéis de inox são impressionantes, afinal, aqui são produzidos todos os vinhos Miolo do Brasil. Na degustação excepcionalmente a sommelier me serviu uma taça do Lote 43, segundo ela, o melhor vinho tinto produzido pela Miolo. Um sabor complexo demais para explicar em palavras. Divino.
Fim do passeio vinífero, às 16:30 embarco no ônibus de volta à Porto Alegre, e, antes de me dirigir ao aeroporto, saboreio um delicioso e enorme lanche "Bauru Master" no Agápio, ao lado da Rodoviária. O lanche Bauru de Porto Alegre é feito com filé mingon e batatas fritas, nada tem a ver com o tradicional Bauru de Bauru.
Atraso de 40 minutos no vôo GOL 1744, partindo de Salgado Filho à Guarulhos, rumo à terra da garoa. Como sempre, Sâo Paulo estava encoberto, e o pouso foi bem turbulento. Onbius Airport Service até a Praça da República à R$ 30,00, taxi (branco) até Pinheiros à R$ 25,00.
Lar, doce lar. Agora é começar 2010 e planejar a próxima viagem!
"Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então." –Contardo Calligaris
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