segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnaval Argentino III

Ao acordar segunda-feira, 10:00am, deixei meus companheiros e embarquei em um microônibos rumo a Carlos Paz, 30km à oeste de Cordoba. Chegando na rodoviária, confirmo a grande capacidade turística do lugar, com várias agências, passeios e destinos disponíveis. Agenciadores falando espanhol e inglês fornecedno informações aos turistas. Fui muito bem atendido e instruído na Agência Quiroga (San Martín 393), onde descobri que o que queria estava em Cuesta Blanca, 15km à sudoeste.

Embarco num microônibos à 2.50 pesos. Após corrigir o motorista que me confundiu com um espanhol, começaram as piadinhas Pelé x Maradona, porém ele reconheceu a superioridade da Seleção Brasileira, então tudo ok. Após passarmos pelos vilarejos de San Antonio e Icho Cruz, desembarco na Vila de Cuesta Blanca, em frente a uma ponte sobre uma intensa corredeira sob um lindo céu azul. Achei o que estava procurando. Água. Muita água.

Logo no desembarque, encontro Juan, um artesão que vende colares e gorros na feira em Icho Cruz, e mora na vila em um camping. Coincidentemente, ele estava lá para um pequeno passeio turistico, e me convidou para acompanhá-lo. Juan já morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, então conseguimos nos comunicar facilmente, ele me ensinando espanhol e eu relembrando-o o português. Era viciado numa frutinha pequena que chamava de piquixim (não encontrei no Google) e entrava em todas as trilhas atrás delas. Eu preferi as framboesas. Passamos pela beira do Rio Cuesta Blanca que corre sobre rochas, e depois chegamos ao "Diquecito", uma queda d'água represada com o maior volume que já vi, onde a água subia como fumaça com a pressão da queda, parecendo estar chovendo.

Tomamos uma Budweiser litro com amendoins, encontramos o Chino, um brasileiro radicado na Argentina. Ao conversar comigo, disse que fazia muito tempo não ouvia o sotaque do interior do Brasil. Após, subimos uma "loma" (montanha), de onde pudemos avistar um camping silvestre, beirando uma faixa de areia, simulando uma praia. Caminhamos por mais 1Km, a chegamos a um ponto alto, de onde é possível avistar toda a curva do Rio, embrenhando-se pela infinita mata argentina. Lá de cima um visual maravilhoso, o ruído da corredeira do rio e o eco das águias caçando limpavam a mente, dando a impressão de se estar em um outro mundo.

De volta ao ponto de partida em Cuesta Blanca, eu e Juan rachamos um taxi, ele ficou em Icho Cruz e eu segui para o terminal de Carlos Paz. 21:30 da noite, estava tudo iluminado, com muita animação noturna, entre bares, pizzarias e casinos, mas infelizmente não tinha tempo para ficar, pois precisava voltar à Cordoba e encontrar meus companheiros no Hostel à tempo de pegarmos o avião de volta à Porto Alegre.

Aterrisamos em Porto Alegre às 8:00am da terça-feira, despeço-me do Igor e Luiz que embarcaram de volta para SP e, estando desesperadamente precisando de algumas horas de sono, me hospedo no Hotel Skala, à R$ 79,00 a diária. Embora um bom café da manhã e ótima localização em frente ao Mercado Municipal, achei as acomodações pouco confortáveis pelo valor.

Durmo até as 16hs e saio pelas vazias ruas de Porto Alegre, afinal, ainda é feriado de carnaval. Faço a tranquila caminhada na Rua da Praia até o estádio Beira Rio e depois uma Brahma gelada novamente na Rua dos Andradas. Como a melhor churrascaria de Porto Alegre, a Galpão Crioulo estava fechada, vou até a Roda de Carreta no Centro de Tradições Gaúchas degustar um autêntico churrasco gaúcho, com direito a shows de boleadeiras e danças típicas. Embora o ambiente fosse ótimo, infelizmente o churrasco deixou um pouco à desejar.

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