segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Retorno da Chapada Diamantina - O que não usei

Disseram que minha lista de ítens estava muito extensa, segue a lista apenas das coisas que não utilizei na viagem. Até a pinça foi útil, pra tirar um espinho gigante que entrou no meu pé :)

Gazes e Iodo (antiséptico)
Fora umas enroscadas em uns arames farpados na saída da Chapada, nenhum ferimento grave.

Fenergan (antialergico)
Nenhum animal peçonhento me envenenou, pelo menos que eu tenha percebido

Carvão ativado (desintoxicante)
Meu organismo absorveu tranquilo o salame e as refeições nativas da Bahia.

Trimedal (febre)
Tirando o sol na cabeça, sem febre

Apito Survivor Aztec
Não quebrei a perna, nem prendi a mão em nenhum canyon.

Kit impermeável de fogo
Não precisei fazer fogueira.

Corda sizal
Minha mochila e barraca não desmancharam, então não precisei amarrar nada.

Um dos cantis e um tubo de protetor solar foram perdidos na mata... para sempre...
Em breve, informações completa sobre a aventura :)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Projeto Chapada Diamantina 2010

Em busca do sanfoneiro do Vale do Paty


Marcio Ghiraldelli - 26/11/2010

A preparação



O destino


Chapada Diamantina, interior da Bahia.

O objetivo


Trekking por todo o setor norte do parque, saborear a vasta imensidão e beleza dos Gerais do Vieira, considerado o visual mais bonito do Brasil para amantes do trekking.

Visualizar o topo da Cachoeira da Fumaça, a segunda maior cachoeira do Brasil.

Tomar uma pinga feita no alambique e ouvir as histórias da onça do Seu Eduardo, o sanfoneiro do Vale do Paty.

Ficar 5 dias totalmente offline.

O roteiro






  • Sáb 27/11/2010 06:00am - Decolagem de Guarulhos para Salvador

  • Sáb 27/11/2010 09:50am - Decolagem de Salvador para Tanquinho, e depois carona pra Lençóis, cidade turística na Chapada Diamantina (1) -> (2)

  • Dom 28/11/2010 06:00am - Trekking Lencois - Vale do Capão 18 km (2) -> (3)

  • Dom 28/11/2010 05:00pm - Chegada ao Vale do Capão (3)

  • Seg 29/11/2010 06:00am - Vale do Capão - Cachoeira da Fumaça de Cima - Vale do Capão (3) -> (4) -> (3)

  • Ter 30/11/2010 06:00am - Carona Vale do Capão - Vila do Bomba 10km (3) -> (5)

  • Ter 30/11/2010 07:00am - Vila do Bomba - Subida Quebra Bunda - Gerais do Vieira - Paty de Cima 18km (5) -> (6)

  • Qua 01/12/2010 06:00am - Turismo Vale do Paty - Casa do Seu Eduardo (6)

  • Qui 02/12/2010 06:00am - Vale do Paty - Ladeira do Império - Andaraí 18km (6) -> (7)

  • Sex 03/11/2010 23:00pm - Embarque Onibus Salvador (carona pra Lençois ou direto de Andaraí) (7)

  • Dom 05/11/2010 23:40pm - Decolagem Salvador para Guarulhos



Os fornecedores




Mundo Terra



Rogerio e Lucas


Casa de Pedra



Katiane e Janaína

Os equipamentos



Album

  • Bolsa rollon com espelho Deuter
  • Saco estanque 2l Sea to Summit
  • Money belt Sea to Summit
  • Protetor solar FPS 30
  • Oleo de bronzear
  • Creme hidratante
  • Colírio
  • Oculos Tifosi
  • Escova de dente
  • Pasta de dente
  • Sabão de côco
  • Pente
  • Pinça
  • Feltro para calos
  • Bandagens
  • Gazes
  • Iodo (antiséptico)
  • Dorflex (analgesico)
  • Fenergan (antialergico)
  • Carvão ativado (desintoxicante)
  • Pomada Quadriderm (antialergico)
  • Neosoro (descongestionante nasal)
  • Trimedal (febre)
  • Clorin (purificador de água)
  • Chapéu australiano
  • Short Lycra segunda-pele
  • Sunga
  • 2 Meias Solo e 1 Meia Heavy Trekking
  • Calça/bermuda CurtLo Defender
  • Bermuda ClimaCool
  • 2 camisetas Dry Fit
  • Abrigo Anorak impermeavel
  • Jaqueta Fleece
  • Toalha de banho Dry Lite
  • Apito Survivor Aztec
  • Lanterna LED (3 pilhas AAA)
  • 4 pilhas AAA reserva
  • Mp3Player (1 pilha AAA)
  • 2 Squeezes revestidos Silvertape branco
  • Nokia N95
  • Cabo mini-usb
  • Bateria extra N95
  • Carregador Nokia N95 110v
  • Bussola Coleman
  • Canivete suíço
  • Camera Cybershot
  • Mini tripé Camera
  • Kit impermeável de fogo
  • 2 Isqueiros
  • Cargueira Nautika Tobago75l
  • Capa de chuva para mochila
  • Barraca MiniPack 1/2 Aztec
  • Isolante termico EVA Aztec
  • Saco de dormir Lafuma -3C Trek 1000
  • Corda sizal
  • Silvertape
  • Mapa
  • Cardeno de anotações
  • Caneta
  • Lápis

terça-feira, 27 de julho de 2010

Jetty Cluster com WADI

Mortbay Jetty é uma das mais leves implementações Java Servlet 2.0 existentes. A poderosa combinação Jetty + Spring fornece ao desenvolvedor suporte que não fica devendo a nenhum badalado servidor de aplicações JEE do mercado, em termos de flexibilidade e escalabilidade. Escala horizontal? Sim! Veja como utilizar o WADI Application Distribution Infrastructure, que utilizando o tribes do Tomcat, mantem o estado da sessão entre vários nós de Jetty, através de conexões TCP/IP:

1) jetty-6.1.11

2) Baixe as libs necessárias no lib de cada jetty

http://wadi.codehaus.org/ Download WADI 2.1.2

2.1.2 Release Artifacts:

* wadi-aop-2.1.2.jar
* wadi-console-2.1.2.war
* wadi-core-2.1.2.jar
* wadi-group-2.1.2.jar
* wadi-jgroups-2.1.2.jar
* wadi-tribes-2.1.2.jar
* wadi-webapp-2.1.2.war

Libs adicionais:

jetty-wadi-session-manager-7.0.0.jar
asm-3.1.jar
asm-attrs-1.5.3.jar
asm-commons-3.1.jar
asm-tree-3.1.jar
asm-util-3.1.jar
cglib-2.1_3.jar
edu.emory.mathcs.backport-3.1.0.jar
tomcat-juli.jar
commonns-loggin-1.1.1.jar
tribes-6.0.28.jar

3) Defina sua aplicação sob um contexto tendo como interceptador do administrador da sessão o WadiSessionManager. jetty.xml exemplo:

 













127.0.0.1
















/wadi

/java/jetty-6.1.11/webapps/SessionTest.war








CLUSTER

http://localhost:/test








2
24
360
true
false















4) Inicie os seus nós, passando como parâmetro o nome único para cada instância, variáveis que são interpretadas no jetty.xml:

java -Djetty.port=7070 -Dnode.name=orange -Djava.net.preferIPv4Stack=true -jar start.jar etc/jetty-wadi-cluster.xml
java -Djetty.port=8080 -Dnode.name=red -Djava.net.preferIPv4Stack=true -jar start.jar etc/jetty-wadi-cluster.xml
java -Djetty.port=9090 -Dnode.name=blue -Djava.net.preferIPv4Stack=true -jar start.jar etc/jetty-wadi-cluster.xml


Voilá! Estando os nós em uma rede acessível por TCP/IP Multicast, os nós automaticamente se comunicarão e a sessão estará sincronizada entre eles.


http://wadi.codehaus.org/
http://docs.codehaus.org/display/JETTY/Jetty+Clustering+with+WADI

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Multiprotocol Business Delegate

WebService ou EJB? Não existe bala de prata.
Business Delegate + Factory Pattern = Multiprotocol Remote Delegate

http://www.ibm.com/developerworks/websphere/techjournal/0310_brown/brown.html

segunda-feira, 22 de março de 2010

Baladinhas gastronômicas em SP

Em SP pode-se levar toda uma vida somente de baladas inéditas, dada a grande diversidade de lugares para se conhecer. Segue a listinha da semana:

Empanadas Bar - Vila Madalena
Um ótimo lugar para um happy hour, bom atendimento e bastante espaço para sentar com a galera. As empanadas não são das melhores, mas tem diversos sabores, e acompanham muito bem o chopp Brahma.
http://www.empanadasbar.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=empanadas&sll=-23.561145,-46.680415&sspn=0.007287,0.013937&ie=UTF8&hq=empanadas&hnear=&ll=-23.5567,-46.690596&spn=0.007288,0.013937&t=h&z=17&iwloc=A


El Guaton - Pinheiros

Bar chileno tradicionalíssimo, com um extenso cardápio de iguarias tradicionais, e garçons falando espanhol. As empanadas de lá são as melhores de SP. Cerveja Original e Serra Malte de garrafa.
Excelente custo/benefício pela viagem gastronômica. Para os amantes, peçam a pimenta de "homem", a que vem no vidrão.
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=el+guaton&sll=-23.565826,-46.682979&sspn=0.003644,0.006968&ie=UTF8&hq=el+guaton&hnear=&ll=-23.561145,-46.680415&spn=0.007287,0.013937&t=h&z=17&iwloc=A

Consulado da Bahia - Pinheiros
Esquina com a Rua Pinheiros, uma cardápio com pratos bhianos de dar água na boca. Chopp Brahma com qualidade média. Infelizmente a carne e a mandioca não estavam no ponto, mas pelo preço e quantidade, valeu a pena.
http://www.consuladodabahia.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=Consulado+da+Bahia&sll=-23.565216,-46.683714&sspn=0.003644,0.006968&ie=UTF8&split=1&filter=0&rq=1&ev=zi&radius=0.22&hq=Consulado+da+Bahia&hnear=&ll=-23.565826,-46.682979&spn=0.003644,0.006968&t=h&z=18&iwloc=A

Pizzaria Camelo - Jardins
Para quem gosta de pizza com massa fininha e crocante, esse é o lugar certo. Vinhos climatizados, atendimento de altíssima qualidade e uma grande variedade de sabores, um jantar nessa pizzaria é uma experiência inesquecível para os amantes da qualidade. Em compensação, o preço é bem salgado, portanto, vá preparado. Pizzas em torno de R$ 50,00 para duas pessoas. A velocidade da preparação da pizza também é impressionante.
http://www.pizzariacamelo.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=pizzaria+camelo&sll=-23.548943,-46.638818&sspn=1.865675,3.56781&ie=UTF8&hq=pizzaria+camelo&hnear=&ll=-23.584559,-46.672411&spn=0.029144,0.055747&z=15&iwloc=A

Teatro Procopio Ferreira - Consolação
A Rua Augusta oferece diversas opções em cultura, o teatro Procópio Ferreira é um deles. Teatro de tamanho médio, com cadeiras um pouco apertadas, porém um ótimo ar-condicionado. Porém, meu teatro preferido continua sendo o do Shopping Frei Caneca.
http://www.teatroprocopioferreira.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=Teatro+Procopio+Ferreira&sll=-23.5567,-46.690596&sspn=0.007288,0.013937&ie=UTF8&hq=Teatro+Procopio+Ferreira&hnear=&ll=-23.565059,-46.666553&spn=0.007041,0.013937&t=h&z=17&iwloc=A


Bar do Juarez - Jardins
Chopp Brahma do A, e uma picanha fatiada semi-crua acompanhada de uma chapa aquecida por um rechaud à álcool na mesa, aonde você mesmo prepara os filés são os ingredientes desse ótimo happy hour próximo o cruzamento da Juscelino com a Faria Lima. Ainda temos uma extensa mesa de frios conhecida como Guloseimas do Juarez pra petiscar com o chopp. Só as mulheres que não gostam muito, pois é uma fumaceira dos diabos no ambiente. E também rolou uma discussão com o gerente, pois após u ns 40 chopps não mesa, não liberou nenhuma saideira. Lembrando que qualidade tem seu preço. A picanha custa R$ 55,00 para duas a três pessoas.
http://www.bardojuarez.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=Bar+do+Juarez&sll=-23.565059,-46.666553&sspn=0.007041,0.013937&ie=UTF8&hq=Bar+do+Juarez&hnear=&ll=-23.590045,-46.680297&spn=0.00704,0.013937&t=h&z=17&iwloc=C

Itidai - Liberdade
Restaurante oriental na Liberdade. Execlente ambiente climatizado, atendimento cordial, velocidade no preparo dos pratos, e uma grande variedade no cardápio. Giozas, tempurás, camarões na pedra entre outros, a preços acessíveis, com R$ 70,00 uma refeição completa a dois, com bebidas e sobremesa. O sorvete frito com calda de chocolate é excelente.
http://www.restaurantesjaponeses.com.br/itidai
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=Itidai&sll=-23.590045,-46.680297&sspn=0.00704,0.013937&ie=UTF8&hq=Itidai&hnear=&ll=-23.557836,-46.635922&spn=0.003644,0.006968&t=h&z=18&iwloc=A

Açaí - Vila Olímpia
No final da Faria Lima, já chegando na Hélio Pelegrino, um ótimo barzinho pra galera natureba. Porções diferenciadas, como frango com shitake e bolinhas de queijo com tomate e manjericão complementam os petiscos para acompanhar o chopp Sol, bem gelado, à R$ 4,30. Bom atendimento, fácil de estacionar e muita gente bonita. Ótimo pra passar um final de tarde de domingo.
http://www.acaibar.com.br/
http://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=A%C3%A7a%C3%AD&sll=-23.594607,-46.676488&sspn=0.014079,0.027874&ie=UTF8&hq=A%C3%A7a%C3%AD&hnear=&ll=-23.593826,-46.680163&spn=0.00352,0.006968&t=h&z=18&iwloc=A

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnaval Argentino IV

Quarta-feira, 16/02, 06:00am. Da rodoviária de Porto Alegre saem ônibus de hora em hora para Bento Gonçalves, à R$ 25,00. Deixo minha mala em um locker por R$ 5,00 a diária e embarco rumo às estradinhas sinuosas da serra gaúcha sob clima ameno e sem sol, perfeito para degustar os vinhos do Vale dos Vinhedos, meu próximo destino. Diferente do que imaginava, Bento Gonçalves carece de estrutura turística, as únicas informações que consegui foram no ponto de taxi da Rodoviária de lá. R$ 25,00 e um agradável percurso de taxi por um intenso sobe e desce sobre paralelepípedos e um visual fantástico dos vales cobertos de parreiras viníferas, chego à Casa Valduga, uma das primeiras vinícolas da trilha do Vale dos Vinhedos. Quase todas as vinicolas oferecem passeios pelas instalações e degustação de vinhos de 30 em 30 minutos, portanto não é necessário marcar hora, apenas chegar lá. Fiz meu primeiro passeio pelas caves subterrâneas, onde pude conhecer o processo de envelhecimento de tintos em barricas de carvalho francês e experiementar uvas Cabernet Sauvignon direto das parreiras. A degustação foi completa, e como sempre, o meu preferido foi o suave Malbec argentino, da linha MUNDVS. O passeio custou R$ 20,00 com direito à uma taça de cristal. Ótimo.

Continuo minha caminhada pelo Vale dos Vinhedos. Próxima parada, Vinícola Bascarola, onde o César, enólogo responsável, me recebe com toda atenção, e me serve uma degustação completa, com direito a água com gás e salgadinhos de queijo. Espumantes Brutt e Moscatel refrescantes, Cabernet Sauvigon e Merlots envelhicidos na garrafa, e um especial que me chamou a atenção, um Tannat 2007, cuja uva é rica em taninos que amarram a boca. Segundo a explicação do enólogo, esse vinho deve ser acompanhado por um prato rico em proteínas, como carne vermelha ou um queijo forte, pois a proteína quebra o efeito do tanino, proporcionando uma experiência única de percepção de sabores.

Logo a frente passo pela churrascaria Zanadai, que segundo funcionários da Casa Valduga é o melhor lugar com melhor custo da região para se apreciar uma ótima refeição, porém, não tinha tempo disponível, pois meu último destino ainda estava a 1km à frente. Após 30 minutos de caminhada em meio à um vale com mata exuberante, perfumada por vinho, chego à opulenta Vinícola Miolo.

A visitação inclui passagem por um círculo de parreiras com mais de 40 variedades de uvas de todo o mundo onde experiementei as brancas Chardonnay, Riesling e Sauvignon Blanc, e uma Merlot combinada com uma Cabernet Sauvigon, para identificar a suavidade da primeira em relação à intensidade da segunda. A quantidade de vinhos e o tamanho dos tonéis de inox são impressionantes, afinal, aqui são produzidos todos os vinhos Miolo do Brasil. Na degustação excepcionalmente a sommelier me serviu uma taça do Lote 43, segundo ela, o melhor vinho tinto produzido pela Miolo. Um sabor complexo demais para explicar em palavras. Divino.

Fim do passeio vinífero, às 16:30 embarco no ônibus de volta à Porto Alegre, e, antes de me dirigir ao aeroporto, saboreio um delicioso e enorme lanche "Bauru Master" no Agápio, ao lado da Rodoviária. O lanche Bauru de Porto Alegre é feito com filé mingon e batatas fritas, nada tem a ver com o tradicional Bauru de Bauru.

Atraso de 40 minutos no vôo GOL 1744, partindo de Salgado Filho à Guarulhos, rumo à terra da garoa. Como sempre, Sâo Paulo estava encoberto, e o pouso foi bem turbulento. Onbius Airport Service até a Praça da República à R$ 30,00, taxi (branco) até Pinheiros à R$ 25,00.

Lar, doce lar. Agora é começar 2010 e planejar a próxima viagem!

"Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então." –Contardo Calligaris

Album de fotos

Carnaval Argentino III

Ao acordar segunda-feira, 10:00am, deixei meus companheiros e embarquei em um microônibos rumo a Carlos Paz, 30km à oeste de Cordoba. Chegando na rodoviária, confirmo a grande capacidade turística do lugar, com várias agências, passeios e destinos disponíveis. Agenciadores falando espanhol e inglês fornecedno informações aos turistas. Fui muito bem atendido e instruído na Agência Quiroga (San Martín 393), onde descobri que o que queria estava em Cuesta Blanca, 15km à sudoeste.

Embarco num microônibos à 2.50 pesos. Após corrigir o motorista que me confundiu com um espanhol, começaram as piadinhas Pelé x Maradona, porém ele reconheceu a superioridade da Seleção Brasileira, então tudo ok. Após passarmos pelos vilarejos de San Antonio e Icho Cruz, desembarco na Vila de Cuesta Blanca, em frente a uma ponte sobre uma intensa corredeira sob um lindo céu azul. Achei o que estava procurando. Água. Muita água.

Logo no desembarque, encontro Juan, um artesão que vende colares e gorros na feira em Icho Cruz, e mora na vila em um camping. Coincidentemente, ele estava lá para um pequeno passeio turistico, e me convidou para acompanhá-lo. Juan já morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, então conseguimos nos comunicar facilmente, ele me ensinando espanhol e eu relembrando-o o português. Era viciado numa frutinha pequena que chamava de piquixim (não encontrei no Google) e entrava em todas as trilhas atrás delas. Eu preferi as framboesas. Passamos pela beira do Rio Cuesta Blanca que corre sobre rochas, e depois chegamos ao "Diquecito", uma queda d'água represada com o maior volume que já vi, onde a água subia como fumaça com a pressão da queda, parecendo estar chovendo.

Tomamos uma Budweiser litro com amendoins, encontramos o Chino, um brasileiro radicado na Argentina. Ao conversar comigo, disse que fazia muito tempo não ouvia o sotaque do interior do Brasil. Após, subimos uma "loma" (montanha), de onde pudemos avistar um camping silvestre, beirando uma faixa de areia, simulando uma praia. Caminhamos por mais 1Km, a chegamos a um ponto alto, de onde é possível avistar toda a curva do Rio, embrenhando-se pela infinita mata argentina. Lá de cima um visual maravilhoso, o ruído da corredeira do rio e o eco das águias caçando limpavam a mente, dando a impressão de se estar em um outro mundo.

De volta ao ponto de partida em Cuesta Blanca, eu e Juan rachamos um taxi, ele ficou em Icho Cruz e eu segui para o terminal de Carlos Paz. 21:30 da noite, estava tudo iluminado, com muita animação noturna, entre bares, pizzarias e casinos, mas infelizmente não tinha tempo para ficar, pois precisava voltar à Cordoba e encontrar meus companheiros no Hostel à tempo de pegarmos o avião de volta à Porto Alegre.

Aterrisamos em Porto Alegre às 8:00am da terça-feira, despeço-me do Igor e Luiz que embarcaram de volta para SP e, estando desesperadamente precisando de algumas horas de sono, me hospedo no Hotel Skala, à R$ 79,00 a diária. Embora um bom café da manhã e ótima localização em frente ao Mercado Municipal, achei as acomodações pouco confortáveis pelo valor.

Durmo até as 16hs e saio pelas vazias ruas de Porto Alegre, afinal, ainda é feriado de carnaval. Faço a tranquila caminhada na Rua da Praia até o estádio Beira Rio e depois uma Brahma gelada novamente na Rua dos Andradas. Como a melhor churrascaria de Porto Alegre, a Galpão Crioulo estava fechada, vou até a Roda de Carreta no Centro de Tradições Gaúchas degustar um autêntico churrasco gaúcho, com direito a shows de boleadeiras e danças típicas. Embora o ambiente fosse ótimo, infelizmente o churrasco deixou um pouco à desejar.

Carnaval Argentino II

Me chamou a atenção como os cordobeses, bem diferente dos brasileiros, não ligam a mínima para a estética de seus carros. Amassados, sujos e antigos. Muitos Peugeots, Wolkswagens e Fiats, entre eles vários 147s. A cidade não me pareceu ser um lugar pobre, portanto, acredito ser uma questão cultural. E, mais estranho ainda, nenhum Fusca. Descobri depois, pesquisando na Internet, que o Fusca é raridade na Argentina. Devia ter vendido o meu por lá.

Conversando com o motorista do taxi, nos dirigindo ao nosso primeiro hostel na Rua Ituziangó 1070, onde uma cama em quarto compartilhado custava 35 pesos, percebi que meu portunhol ia deixar na mão, pois a comunicação era lenta e sofrida. Após o taxista ir embora com nosso troco, descobrimos que deveríamos ter pedido "câmbio" ou "vuelta".

Às 3:00am do domingo, após preenchermos nosso "nombre" e "apelido" (sobrenome) no Hostel, em um bairro badalado cheio de bares e "boliches" (baladas argentinas, não é o jogo de pinos), facilmente confirmamos a beleza das mulheres argentinas. Após saborear uma refrescante Quilmes Stout, paramos em um bar próximo, tomamos uma Heineken de litro acompanhado de um excelente crepe argentino. Foi muito útil saber que "propina" significa gorjeta, pois fomos alertados por um argentino na mesa vizinha que a garçonete merecia. Enfim nos rendemos à poucas porém profundas horas de sono.

10:00am. Fechamos o hostel e subimos a pé pelo centro de Cordoba. As antigas arquiteturas nas fachadas exibiam com as tradicionais cores verde piscina e rosa desbotado os diversos serviços e comércios: "gomaria" (borracharia), "motociclos", "flete" (frete) entre outros, em meio à tranquilidade de uma manhã de domingo. Em uma "panadaria", tomamos "hugo de naranja" (suco de laranja) e "pan con jamón e queso" (pão com presunto e queijo). Perguntamos por "baño" (banheiro) no Mercado Municipal de Cordoba, mas estava fechado.

Fomos recebidos, na Av. Jujuy 341, no Hostel Centro pelo Pablo, que nos acomodou em ótimas instalações por 45 pesos a noite. Ficamos os 3 em um quarto com 3 beliches, ventilador de teto, lockers particulares e banheiro compartilhado. Conheci a Patricia, colega de hostel, uma brasileira estudante de Espanhol de Bagé-RS, que gentilmente interrompeu seu café da manhã para me ajudar na comunicação a fim de traçarmos nosso roteiro de domingo. Ansioso para conhecer as belezas naturais da Cuesta, à oeste de Cordoba, escolhemos como destino, remexendo fotos e mapas, Rio Ceballos, 30km à norte e Carlos Paz, 30km à oeste.

Do "terminal chico" (mini rodoviária), próximo ao Hostel saem ônibus de 30 em 30 minutos para ambos os destinos. 6.50 pesos cada um e embarcamos ao norte para Rio Ceballos. Uma cidadezinha pequena e confortável, com pontes sobre riozinhos, pontos de ônibus adornados e, para minha felicidade, um casino! Andamos por mais de 2 horas nos dirigindo ao "Dique La Quebrada", uma represa enorme que fornece água potável para a cidade. Construção em arco, ao estilo da represa de Nevada, em Las Vegas. Infelizmente a água não era muito convidativa para um mergulho, e não estávamos no pique de caminhar mais 1 hora para alcançar a cachoeira que disseram haver à frente.

De volta à Rio Ceballos fomos ao pequeno casino 87RIO, com máquinas de slot, mesas de craps, poker, blackjack e roleta. O Igor e o Luiz jogaram umas moedas nos slots, e eu, obviamente, perdi 100 pesos na roleta e no poker contra a mesa, pois eu só ficava olhando para a linda crupiê, nem prestava atenção nas cartas. Foi o prejuízo mais divertido que já tive. No casino conseguimos comprar pesos com cartão VISA, com um câmbio mais barato do que os pesos comprados no Brasil.

Como não havia ônibos direto de Rio Ceballos para Carlo Paz, tivemos que abortar o segundo destino e voltar para o Hostel. Antes, passamos no Beto's da Av. San Juan "Parrilla Diente Libre" (churrascaria rodízio), porém as carnes de lá não me agradaram muito, embora as empanadas e as "papas com huevos" (batata frita com ovos) estavam boas, sem falar nos vinhos, que eram muito baratos. Chegando no Hostel, Pablo havia sido substituído por Gastón e Bruno, dois cordobeses que tocam a hospedaria de uma forma bem mais animada. Uma "parrillada" (churrascada) esfumaceava todo o ambiente, acompanhado de "cervezas" Quilmes e pebolim com jogadores "amarillo y azul" (amarelo e azul) do Boca Jr.

Sendo nossa única noite em Cordoba, voltamos à Ituziangó para conhecer as baladas, porém domingo a noite já não havia a mesma badalação de sábado, todos os "boliches" estavam "cerrados" (fechados). Encontramos uma certa badalção em um pequeno bar no estilo garagem, com muito rock'n roll argentino e quadros de personalidades locaais pelas antiquadas paredes. Nos chamou a atenção o patriotismo e a empolgação dos jovens presentes, que entoavam as letras músicas na maior animação, parecendo ser som ao vivo. Após um par de Quilmes de litro por 18 pesos, voltamos ao Hostel.

Carnaval Argentino I

Após 30km de transito tranquilo e R$ 90,00 desembolsados para um motorista da Eco Radio Taxi, chegamos ao Aeroporto Internacional de Guarulhos partindo do Paraíso, zona sul de São Paulo, à 01:00am do sábado, 13/02/2010. Assim começa nossa epopéia da fuga do popular e barulhento carnaval brasileiro. Eu, Igor e Luiz, meus dois brothers de SP, fotógrafos e recém apaixonados pelo Couch Surfing embarcamos no vôo GOL 1743 rumo à Cordoba, Argentina, com escala de 1 dia em Porto Alegre.

Aterrisamos no Aeroporto Salgado Filho na capital farroupilha às 7:30am, onde, em poucas horas o sol gaúcho martelaria impiedosamente nossas cabeças com um calor de 35 graus. Através de uma van gratuita da Infraero e do metrô de Porto Alegre, chegamos ao Mercado Municipal, onde fizemos o desejejum com um cacetinho (confira o link, paulistano de mente poluída!).

Tomamos um taxi, que lá são cores de tomates meio maduros rumo à Praça Garibaldi, onde um camarada do Luiz gentilmente nos recebeu em seu apartamento e nos acompanhou em um ótimo chopp e uma deliciosa culinária, girando em torno de iscas de côngrio à milanesa, filés de truta e picanha em um ambiente extremamente agradável e excelente atendimento no Bistrô do MARGS, confirmando a fama de comida boa e barata de Porto Alegre.

Caminhamos pelo porto desativado, à beira do interminável Rio Guaíba, com direito à água de côco nas barraquinhas em torno da Usina do Gasômetro. Após uma triste inesquivável passagem por um decadente trio elétrico carnavalesco na bohêmia Rua República com a Andradas, arrumamos nossa bagagem e retornamos ao aeroporto para enfim cruzarmos a fronteira rumo à Argentina.

O Boeing da Gol responsável pelo vôo 7468 nos aguardava ansiosamente às 00:00 horas do domingo 14/02 para cruzar a fronteira, e nos mostrar o quão desagradável é rasgar as nuvens sob uma chuva pesada à 800km/hora. Só para lembrar que nós humanos somos seres terrestres, não fomos feitos para voar. Após um excelente pouso, com direito à ovação por parte dos passageiros, enfim respiramos ares argentinos, e, ansiosamente, coloquei meus pesos argentinos na carteira e ganhamos a portaria principal do aeroporto Pajas Blancas de Cordoba.